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Isabella Voska Trimmell nasceu no verão de 2004, sendo a maior bênção da vida dos pais. Filha de médicos, a menina cresceu com uma curiosidade eminente sobre o mundo e tudo o que nele habita, buscando constantemente respostas para todas as suas perguntas - intrigando-se mesmo com as menores coisas.
Apesar da alma jovem e curiosa, Bella encontrava problemas em conter-se com toda a sua intensidade. Tendo alguns problemas de atenção, foco e extremamente imaginativa, a menina não possuía muita facilidade em fazer amigos na escola - tendo sempre alguns poucos, mas muito próximos.

Por conta do dinamismo e falta de foco, o desastre seguiu a pequena por todos os momentos de sua vida. Desajeitada, dificilmente conseguia passar dois dias sem quebrar algo por acidente ou - sem pensar muito nas palavras - causar alguma confusão, nunca propositalmente. E tais infortunos do dia a dia fez com que a dificuldade crescesse ainda mais na conquista de novos amigos e extensão dos seus grupos sociais, tornando-a uma espécie de "garota esquisita" com quem as pessoas não costumavam se envolver.

Logo, sua beleza, divertimento e ar jovial não eram suficientes para atrair as outras crianças.

As coisas ficaram mais difíceis quando ela completou quatorze anos de idade e algumas coisas estranhas começaram a acontecer. Bella jamais saberia como, mas - em uma das suas aulas de laboratório - conseguiu fazer com que uma solução de álcool e carvão simplesmente explodisse, ativando o alarme de incêndio da escola - molhando todos os ali presentes. Em uma aula de educação física, a menina chutou a bola tão forte que ela se chocou contra a parede com um estouro, causando um estrondo tão alto como uma bomba. Na feira de ciências, o seu vulcão funcionou com intensidade demais, explodindo lava para todos os lados, destruindo todas as outras invenções.

E ela sequer gostava de se lembrar com o incidente com o porquinho-da-índia de Melanie.

O colegial seria o ano mais difícil da sua vida e ela sabia muito bem disso, não só pelas confusões que causava, mas também pela sua posição social. O que ela não esperava, era que fosse receber uma carta nas férias de verão, convidando-a à uma instituição da qual jamais havia ouvido falar, mas que havia causado choque tão grande em seus pais que ambos quase desmaiaram:

Hogwarts.

As coisas começaram a fazer mais sentido na medida em que sua mãe começou a explicar sobre coisas sobre sua avó - quem Bella nunca havia conhecido, uma vez que havia falecido quando ela era apenas um bebê - e acontecimentos estranhos que a rondavam quando pequena. Também contou que ela, quando adolescente, estudou em uma instituição para crianças especiais - a mesma para a qual ela havia recebido a carta - que lhe ensinara como lidar com seus poderes.

Uma bruxa.

Era extremamente incrível e ela jamais conseguiria sequer descrever a felicidade de descobrir que aquelas não eram apenas histórias de contos de fadas, mas não pode evitar de se sentir, também, certo medo. Os acontecimentos estranhos agora faziam sentido, o que era satisfatório, mas ela também entendia que seu descontrole vinha de algo muito maior do que um simples traço desajeitado.

Ela tinha poderes que não tinha ideia como controlar.

E pelos picos de energia que havia liberado ao longo do ano passado, não sabia do que seriam capazes se não fossem contidos.
Mas pelo menos ela poderia começar de novo. E em um lugar onde talvez pudesse encontrar pessoas que tivessem, de alguma maneira, dores semelhantes às suas.